Célitos da Montanha: Trilho Até aos Carris Gerês

Trilho com inicio na Fronteira de Portela de Homem no Parque Natural da Peneda Gerês.
Aí chegados desce-se estrada de alcatrão até á Ponte sobre Rio Homem, lá podem-se apreciar as belas lagoas a Encosta do sol no lado direito, as quedas de água maravilhosas onde se pode tomar banho, virando á esquerda caminhando cerca de 1 Km chega-se á Fonte da Abilheira onde se pode abastecer de água fresca, pois é o unico ponto de água potavel que se vai encontrar, continua-se trilho acima cerca de +/- 2 km e passa-se a Ponte sobre a Ribeira água de Pála, sempre com Rio Homem ao nosso lado, mais á frente a Ponte sobre a Ribeira do Cagarouço e mais á frente a Ponte sobre a Ribeira de Modorno segue-se em frente até Chã do Teixo , passa-se a Ponte das Abrotegas e ve-se uma antiga Branda (local onde pernoitavam os Pastores), muitos cavalos selvagens e continua-se até antigas minas de Volframio, aprecia-se o local, magestoso, poderoso faz-nos viver a historia de um povo que aqui viveu e trabalhou nos anos 40 a 70 e hoje nos faz recordar e agradecer tal sensação de bem estar que aqui sentimos, o Pico da Nervosa, que é o ponto mais alto do Gerês com 1548 mts a lagoa ou Represa, as maravilhosas paisagens, as ruinas tudo que podemos imaginar e sentir na montanha, mesmo o caminho de regresso que é feito pelo mesmo percurso mas no sentido inverso.
É aconselhavel uso de Botas pois percurso é muito duro devido a ser feito na maioria sobre pedras soltas.

Citação da passagem de Miguel Torga por terras de Barroso, concretamente pela serra de Cabril (Carris)

"Tranquei as portas da memória e, pela margem do rio, subi aos Carris. Uma multidão minava as fragas à procura de volfrâmio, por conta da guerra e de quem a fazia. Teixos e carvalhos centenários acompanharam me quase todo o caminho. Só desistiram quando me aproximei do cume da montanha, onde a vida, já sem raízes, tenta levantar voo. Agora, sim! Agora podia, em perfeita paz de espírito, estender a minha ternura lusíada por toda a portuguesa Galiza percorrida. Pano de fundo, o mar de terras baixas era apenas um cenário esfumado; à boca do palco reflectiam se nas várias albufeiras do Cávado a redonda pureza da Cabreira e a beleza sem par do Gerês. E o espectador emotivo já não tinha necessidade de brigar com o cavador instintivo que havia também dentro de mim. Embora através da magia agreste dos relevos, talvez por contraste, impunha se me com outra significação a abundância dos canastros, o optimismo dos semeadores e a própria embriaguez que anestesiava cada acto, no fundo necessária à saúde dos corpos individuais e colectivos. Integrava o alegrete perpétuo no meu caleidoscópio telúrico. Bem vistas as coisas, se ele não existisse faria falta no arranjo final do ramalhete corográfico português. Em acção de graças por esta conclusão pacificadora, rezei orações pagãs no Altar de Cabrões, antes de subir à Nevosa e aos Cornos da Fonte Fria a experimentar como se tremem maleitas em pleno Agosto. Estava exausto, mas o corpo recusava se a parar. Pitões acenava me lá longe, de tectos colmados e de chancas ferradas. Não obstante pisar o mais belo pedaço de chão pátrio, queria repousar em terra real e consubstancialmente minha. Ansiava por estender os ossos nos tomentos do Barroso, onde, apesar de tudo, era mais seguro adormecer. Quem me garantia a mim que, mesmo alcandorado nos carrapitos da Borrajeira, não voltaria a ter pela noite fria um pesadelo verde?"

Miguel Torga,

Distancia- 21,89 Km Ida/Volta Duração- 6 h 07 Dificuldade- Dificil

Mapa em gpx- http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=5285381#lb-share

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